18.8.03

aurea mediocritas

a paisagem podia ser assim como um estuário. como quem vê isso de um ponto mais alto. dentro da terra havia segredos. como se fossem mortos que tivessem levado mapas do tesouro com a sua morte. havia o remorso por cima do húmus. havia o remorso como se tivessemos crimes escondidos dentro das nossas moléculas. (...) eu esforcei-me, dentro do ar, quando há os segredos da matéria. em melodias mórbidas. procurando ressuscitar a energia. eu esforcei-me dentro das sete paredes do sonho. e depois a paisagem não é o paraíso.é apenas uma gaivota doente que voa eco por entre as nossas membranas. e eu juro pelo fogo e pelo espaço. (tava ali no banho de imersão, com uma pedrada gloriosa, e a questionar-me. se as pernas que se moviam debaixo de água eram minhas. tinham que ser minhas, porque não estava mais ninguém em casa, e como não podiam ser de mais ninguém tinham, por exclusão de partes, de ser minhas.... mas fiquei que tempos a puxar pela cabeça e a estranhar aqueles pés de batráquio)..................................(estar vivo é positivo. nem que seja para assistirmos do camarote às desgraças e absurdos que nos servem de entretém)...

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