29.7.05

mütter

o coração da minha mãe
é um papel de seda
ensopado em sangue

odieia-a anos a fio
lembro-me da indiferença,
quase alegria, quando ela
bateu com o carro e me tele
fonou, às quatro da tarde,
comigo a ressacar

é mais fácil escrever à paulada
que escrever um poema à mãe
(a não ser que sejamos russos)

o coração da minha mãe
é um papel de seda
ensopado em sangue
puxado para a frente e para trás
e que um dia se rasgará
espero daqui a muitos anos

11 comentários:

Anónimo disse...

a mütter teve uma mütter

montês

Anónimo disse...

Estava a precisar de doses menores de leitura, à silly season, pá, tenho os neuronios a escaldar a DERret
er
r
r..

Anónimo disse...

Boa! ;D

Anónimo disse...

gramática:
odiei-a

Anónimo disse...

Decidadamente não sirvo pa este poema, sou muito sensivel.

hannibal

anoeee disse...

É incrível como, com uma linguagem tão forte e visceral, acabaste por escrever um poema de amor!
Gosto quando desces aos teus abismos de olhos abertos...

Anónimo disse...

Não gostei!!Entendi, mas não gostei da forma como foi escrito.
Pi

Anónimo disse...

Barvíssimo, Rafa! Não conhecia sua face-poeta.
Beijo e beijo!

Anónimo disse...

Pi :)
Beijo.

Querubim

Anónimo disse...

Achei interessante a contradição de sentimentos e a sinceridade/coragem com que estão postos. E como se acaba por valorizar a existência de uma pessoa...
:)

Anónimo disse...

:)