21.7.05

silence still

farto do fausto e das suas merdices decidi suspendê-lo por tempo indeterminado e fazer uns poemas que se poderão agrupar segundo um grupo (ou livro) que se chamará CICLO DO CARBONO. tou numa tentativa de escrever cenas menos agrestes, de ter um tom o mais neutro possível, poemas descritivos enfim sempre um bocadinho melancólicos (o que fica sempre bem). acho que já tentei escrever assim muitas vezes. mas acabo sempre por começar aos pinotes e aos pontapés e a meter facas nos textos e sangramentos diversos, pústulas infectadas e outras mui variadas mazelas em odivelas, etc... lol, então aqui vai:






Silence Still


o ladrar de um cão ao longe
a luz da lâmpada no papel
estes livros e estas canetas
o escruto por detrás das persianas

o barulho morno do trânsito,
misturando com a água das ondas
que se ouvem ao longe,
um pássaro retardatário
uns ramos quem barulho nos ramos

estar parado a reflectir ou a sonhar
estar atento aos barulhos da noite
da noite não tem vento

um ar condicionado, a sua ventoinha
o calor geológico do verão
e a "imortalidade"

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da quietude do poema :):)
Mesmo na sua quietude, deixa sementes de inquietude - "imortalidade"...

Como é que se descreve de forma neutra o ódio & companhia?

beijinhos :)

anoeee disse...

A imortalidade às vezes parece uma brincadeira insustentável! Ser é leveza ou então amarga! Quem me dera...
É uma adivinha que te dirá se te adivinhei.
Gostei do tom. Estás mesmo