ainda não nasci
rede de veias em redor
estrada deserta com solitude
a dissolução dos pensamentos
árvore fluída a desabrochar
tem sido difícil até aqui
duas tintas, duas escritas
vitelo desmanchado em quartos
um arco-íris perfeito em semi-círculo
um projecto que nunca se realizará
as dúvidas são como as bactérias
há planícies onde se envelhece muito
uma máquina de metal com dentes
o sol a pôr-se ridículo e fatalista
o destino é um escaravelho
e outros disparates românticos
alguma coisa a desfazer-se no horizonte
maré vazia, conchas nocturnas
os cavalos no jogo do xadrez
um gato a dormir ao sol
não cheguei a nascer
3 comentários:
Gosto do que escreves. Muito!
Beijinhos, miúdo giro.
conchinha
A ideia é muito boa, o resultado também. A ambiguidade de não se saber se é mesmo um relato de um embrião ou uma metáfora, ou ambos. Isto é poesia.
um abraço
Gostei imenso deste também.
Van
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