24.6.08

a lei dos grandes números


a clareira nos pinheiros
sol quente cheirando a caruma
ao longe uma praia ilesa

pessoas-monstro nas mesas
a alma esfaimada dentes
rodar um dado milhares
angústia carcoma nos músculos
os números são altares
o mundo, o mundo, o mundo

as pessoas nos seus afazeres insectos
esta janela, esta fera própria
polvos de mármore, ruínas da lógica
cambalear a existência por dentro
sinusite nos pensamentos
areia de pé

rodar o dado
a lei dos grandes números
a única certeza é o acaso
pássaros nucleares, o canto fosforescente
as cavernas que há na terra
inconsciente, angústia e existência
rodar outro dado

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto muito deste texto