12.3.08

les villes tentaculaires



muros sujos com dizeres
embriões de cimento, cadáveres de ferro
mendigos avulso pelo chão
automóveis acidente vascular cerebral

janelas de ansiedade, telhados de eczema
tijolos com o cimento da paranóia
muros dividindo áreas mutantes
a barriga do esgoto esnavalhada
opressão na malha urbana

cérebro labirinto em malha viária
rótulas de cimento escancaradas
postes de alta tensão, andaimes,

centros e periferias
baldios suburbanos e torres
vertigens arquitectónicas e poder
formigar nas ruas emparedado

vizinhos-telescópio e relatórios
volumes projectados dramaticamente
doença pós-industrial generalizada
cancro urbanístico e os brônquios

os taipais das obras
a minha revolta

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