o coração da minha mãe
é um papel de seda
ensopado em sangue
odieia-a anos a fio
lembro-me da indiferença,
quase alegria, quando ela
bateu com o carro e me tele
fonou, às quatro da tarde,
comigo a ressacar
é mais fácil escrever à paulada
que escrever um poema à mãe
(a não ser que sejamos russos)
o coração da minha mãe
é um papel de seda
ensopado em sangue
puxado para a frente e para trás
e que um dia se rasgará
espero daqui a muitos anos
11 comentários:
a mütter teve uma mütter
montês
Estava a precisar de doses menores de leitura, à silly season, pá, tenho os neuronios a escaldar a DERret
er
r
r..
Boa! ;D
gramática:
odiei-a
Decidadamente não sirvo pa este poema, sou muito sensivel.
hannibal
É incrível como, com uma linguagem tão forte e visceral, acabaste por escrever um poema de amor!
Gosto quando desces aos teus abismos de olhos abertos...
Não gostei!!Entendi, mas não gostei da forma como foi escrito.
Pi
Barvíssimo, Rafa! Não conhecia sua face-poeta.
Beijo e beijo!
Pi :)
Beijo.
Querubim
Achei interessante a contradição de sentimentos e a sinceridade/coragem com que estão postos. E como se acaba por valorizar a existência de uma pessoa...
:)
:)
Enviar um comentário