19.8.08

orações insubordinadas




crepúsculo infra-humano
sussurros em forma de pântano
caveira e flores sobre tela
sangue de silício, inflorescências
uma estátua feita de raiva, paúis
estuários, paisagens planas,
perturbação vertical encorpada

guindastes de fibromialgia
pessoas a agredirem-se verbalmente
uma casa inchada de mortos
antigos combatentes a pedirem pelo chão

armas num céu de nuvens
a espécie de autismo que é escrever
palmeiras de congestão, céu vomitado
insqueiro e perfume ao lado de livro
pessoas felizes na rua passam

circuitos electrónicos, o sangue octogonal
batráquios exdrúxulos e divertidos
harpa, regato e luz no bosque
gemidos extraterrestres, nós rodoviários
a poesia está num país inacessível

4 comentários:

rafael disse...

pintura de gerhard richter, para não variar

Anónimo disse...

estás bom?

Anónimo disse...

e por que não preces subordinadas?
salomé

rafael disse...

lol,