15.3.08

exercício de diagnóstico




a poesia é um sintoma, não a doença

a fragilidade do corpo em ansiedade

o mundo é cada vez mais uma auis raris

os gestos foram riscados do mapa

é tudo tão difícil, tão difícil...



o mundo despreza as pessoas

um ninho de ovos, crianças podres

o rosto a torcer-se em psicose

homem escolho derrubado com gritos

o coração é uma caverna convulsa

as paredes pinchadas de sangue



dar de comer lenha ao fogo

morfologia de monstros e de micróbios

o mundo não tem interesse nas pessoas



as comissuras da boca em desânimo

a traqueia estrangula-se de depressão

dantes não era tudo tão negro

já nem me lembro da vida

é no silêncio que o terror rebate o eco

o sol enferrujou no horizonte

e amanhã recuso-me a acordar


4 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Cada vez melhor. Gosto desta escrita.

Beijinhos

Van

salomé disse...

quando é que me mandas a peça?
já fiz um contacto.
beijuus