24.6.08

a lei dos grandes números


a clareira nos pinheiros
sol quente cheirando a caruma
ao longe uma praia ilesa

pessoas-monstro nas mesas
a alma esfaimada dentes
rodar um dado milhares
angústia carcoma nos músculos
os números são altares
o mundo, o mundo, o mundo

as pessoas nos seus afazeres insectos
esta janela, esta fera própria
polvos de mármore, ruínas da lógica
cambalear a existência por dentro
sinusite nos pensamentos
areia de pé

rodar o dado
a lei dos grandes números
a única certeza é o acaso
pássaros nucleares, o canto fosforescente
as cavernas que há na terra
inconsciente, angústia e existência
rodar outro dado

21.6.08

o desconcerto do mundo


um deus cruel e vingativo
incêndios desarrumados pelo subúrbio
labirintos, profetas, apocalipses
luzes no alto mar, batiscafos

são sempre problemas
viver noutro tempo, noutro sítio
arqueologia do impossível
ossadas de esperança, cervical
o mundo está tão estúpido

vem aí uma nova maré de superstição
e de violência e de linchamentos
por todo o lado há flores
mesmo quando mortos polenizam

utopia morta
nem sequer se chegou a sonhar
já não há começos, só publicidade
sem nenhum sítio para ir
as grades e agonia onde vivemos
há estátuas ainda de pé
enraízadas em acontecimentos podres

a maior parte das pessoas desiste

17.6.08

agradecimentos

olá, eu sei que se calhar é foleiro, mas queria agradecer a todas as pessoas que foram ao lançamento do "cadernos de fausto" e ainda foram algumas.

primeiro e principalmente à Joana Barroso por todo o seu apoio erótico-psicanalítico.
ao marcos farrajuto por ter cozinhado o livro
ao joão que fez a paginação, ao maio pinto que transformou a capa num ponto.

especialmente ao David Soares, esse fantástico escritor, que fez uma apresentação de rara inteligência. gostei particularmente do profissionalismo dele, os papelinhos com notas no meio do livro, as afirmações sustentadas no texto, muito abonatórias, algumas que me fizeram até inchar de vaidoso. Aos amigos dele e à miúda dele.

à Joana Figueiredo, à Marta, ao Filipe Abranches, à Ana Menezes
À Carla Delgado e ao namorado dela de que não me lembra o nome.
Ao Dinis Pires
Ao João Silveira
às minhas amigas Vanessa e Xanda, umas pessoas bestiais, e à amiga delas.
Ao poeta Jorge e ao amigo dele.
Ao Daniel antropólogo, uma vez tivemos uma conversa sobre o fausto no "estádio" que me tranquilizou. Eu estava a querer explicar-lhe o mito de fausto e depois acabei por capitular dizendo "em rigor não sei muito bem como é isso do mito de fausto", ao que ele me respondeu que "é essa mesma a essência dos mitos, terem um núcleo nublado". Queria ter falado disto e de uma ou outra coisa na apresentação mas só fui capaz de me desenrascar improvisando uma performance...
Ao Pedro Ramos, à Cátia Azenha, ao Manuel dos Reis
Ao amigo da Biblioteca Silva Dias.
à Natacha e ao marido que também apareceram

Faltava agradecer à Almedina, nas pessoas emíricas e concretas do Duarte e ao Paulo Marcos, esse grande pirata de alto mar.

A todos os amigos, obrigado. Devo-vos existir enquanto escritor. Eu sei que isto é uma piroseira mas eu sou um sentimental. (o fausto é que é uma besta eheheh).

1.6.08

LANÇAMENTO DO LIVRO

O livro CADERNOS DE FAUSTO
vai ser lançado, se deus quiser, no dia 14 de JUNHO, SÁBADO,
pelas 18horas

na Livraria ALMEDINA ao Saldanha.

Irá apresentar, se deus quiser, o ilustre escritor DAVID SOARES.
APAREÇAM vai ser uma bomba.