21.4.08

nervos e esperança




aproximam-se serpentes e dificuldades
céu muito nebulado, períodos de chuva
corais no naufrágio doméstico
morbilidade psíquica e escombros

depois do terramoto, antes da casa
gruta com gigante cego
um cão a ladrar suspenso no passado
fui visitado por um ser sem forma

devaneio, asas profundas, gambito
a alucinação está nos fragmentos líquidos
armadilhas de ansiedade, kafkianas,
espasmos corporais com luxúria
mulher e refúgio de abrigo
um pedido de ajuda

nevoeiro de mármore, mar de metal
estilhaços derretidos do que se vê
perplexo frente ao poema
os segundos enormes do nervosismo
uma baía cristal noutro mundo
a porta, a morte do infinito,
a saída do labirinto
e o sol a explodir constantemente

3 comentários:

Anónimo disse...

Ena! Muy Bueno.
Beijinhos miudo giro

Conchinha

anoeee disse...

Zugzwang da vida?

Quando isso acontece já sabes: gâmbito compulsivo e sem meta à vista
ou como diria o Rambo perante um exército inteiro (Rambo 3): esperem aqui que eu vou cercá-los!

O objectivo sendo, claro, confundir o adversário simulando a desordem e esperando que ele cometa um erro para forçar as suas defesas.

Gostei muito das referências gregas, freddianas, tarotianas, siderais e herméticas! :)

Anónimo disse...

Bravo! :)