a adriana e eu tivemos a beber e fumámos um charro. depois fomos para casa. e quando me fui deitar ela perguntou-me "como é que vieste aqui parar?"
ela tava cheia de vontade de tagarelar e eu de dormir. (távamos com mocas muito diferentes)
e ela pediu-me "faz-me uma declaração de amor"
e eu respondi "olha, já és parte da mobília da casa, pareces um rodapé"
hoje á tarde já fizemos as pazes sem termos chegado a ficar zangados.
10.4.04
3.4.04
à lareira
uma aranha caída
numa teia de brasas,
encolhe os seus tentáculos
na dor
a adriana dorme
enrolada no bem estar
ali no colchão
e eu contemplo
a evaporação da aranha
esperneando oito vezes
a sua morte
numa teia de brasas,
encolhe os seus tentáculos
na dor
a adriana dorme
enrolada no bem estar
ali no colchão
e eu contemplo
a evaporação da aranha
esperneando oito vezes
a sua morte
1.4.04
não consigo falar
por baixo dos pés, por debaixo de mil metros de profundidade, por baixo do húmus e das rochas concentracionárias, existe o mar. o mar a mil metros de profundidade, a apodrecer os ossos da cidade, ao fundo de um poço, existe o mar a mil metros de profundidade, por baixo das fundações e das, e dos lixos centenários, e dos por baixo dos pés, a mil metros de profundidade existe o mar.
o mar a apodrecer a terra toda, a infiltrar-se pelas bainhas da carne do mundo.
o mar a apodrecer a terra toda, a infiltrar-se pelas bainhas da carne do mundo.
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